quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Prometheus Unbound

Um Drama Lírico do Romântico PB Shelley onde, entre outras coisas, a Lua fala para a Terra.

         As in the soft and sweet eclipse,                          
          When soul meets soul on lovers' lips,
        High hearts are calm, and brightest eyes are dull;
          So when thy shadow falls on me,
          Then am I mute and still, by thee
        Covered; of thy love, Orb most beautiful,
              Full, oh, too full!

          Thou art speeding round the sun,
          Brightest world of many a one;
          Green and azure sphere which shinest
          With a light which is divinest                             
          Among all the lamps of Heaven
          To whom life and light is given;
          I, thy crystal paramour,
          Borne beside thee by a power
          Like the polar Paradise,
          Magnet-like, of lovers' eyes;
          I, a most enamoured maiden,
          Whose weak brain is overladen
          With the pleasure of her love,
          Maniac-like around thee move,
          Gazing, an insatiate bride,                                
          On thy form from every side,
          Like a Mænad round the cup
          Which Agave lifted up
          In the weird Cadmean forest.
          Brother, wheresoe'er thou soarest
          I must hurry, whirl and follow
          Through the heavens wide and hollow,
          Sheltered by the warm embrace
          Of thy soul from hungry space,                             
          Drinking from thy sense and sight
          Beauty, majesty and might,
          As a lover or a chameleon
          Grows like what it looks upon,
          As a violet's gentle eye
          Gazes on the azure sky
        Until its hue grows like what it beholds,
          As a gray and watery mist
          Glows like solid amethyst
        Athwart the western mountain it enfolds,                     
          When the sunset sleeps
           Upon its snow.

Percy Bysshe Shelley

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ritmo

Alguém me diga que não sou a única pessoa no mundo que põe o rádio a tocar só para fazer a cama a dançar. Confesso: não tenho um mau acordar. Não sou criatura para ficar a pastelar mais vinte minutos na cama depois do despertador tocar - porque se o sacana toca há que lhe dar atenção. Sou, aliás, daquelas que salta da cama ao primeiro toque, agarra na roupa e toma duche em cinco minutos. Não gosto quando alguém me acorda. E se ninguém me fizer muitas perguntas até tomar o pequeno-almoço, lá consigo ser minimamente civilizada. Mas irrita-me ter que fazer a cama todas as manhãs antes de sair de casa. Mas irrita-me ainda mais chegar a casa ao fim da tarde e vê-la por fazer. Há qualquer coisa no cheirinho de lençóis fresquinhos e esticados quando nos vamos deitar. E só por isso, logo de manhã, lá ligo o rádio e faço a cama a dançar. Para esquecer-me que não gosto de a fazer. Para esquecer-me que... Nem sei como acabar.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Raio do Gafanhoto

Estive de propósito à espera que passasse o Dia das Mentiras para contar esta. Não, é mentira: só me lembrei agora antes de deitar... Eis o que me aconteceu há um tempo atrás: uma besta qualquer arrancou-me o espelho do carro - um daqueles laterais, mesmo do lado do condutor; na realidade foram bestas - sim, no plural - porque aconteceu mais que uma vez. Encaixei o dito cujo, claro está, e ele lá se aguentou. Isto é, até uma fatídica noite em que vinha a conduzir numa estrada sem grande iluminação e pumba! Lá se vai a capa do espelho. Tudo bem... O carro já andava assim há alguns meses: até foi à inspecção sem ela, e disseram-me: "Hmm... Tem que arranjar isto." E sim, há umas semanas atrás, movida por um sentido de orgulho por um carro que está podre de velho (Opel Corsa, horrível por fora, grande motor), lá comprei um espelho novo num site de venda de peças para carros. Tudo bem, até aqui. Hoje tenho algum tempinho nas mãos, chego a casa e penso, "É hoje que vou mudar a porra do espelho." E lá mudo a porra do espelho. Maravilha, novo, perfeitamente funcional, fazer este tipo de coisa faz-me sentir poderosa. Tão poderosa que, quando acabo de fechar o carro, vejo um gafanhoto a cair de costas no passeio e digo para mim, "Ei... Vou ajudar o pequenito".Esta é obviamente a parte em que menciono que tenho um medo desgraçado de gafanhotos porque um me pousou em cima uma vez e nunca mais me esqueci. E que eles nunca são tão pequenos quanto parecem. Dou então um toque ao de leve com o pé no gafanhoto para o virar ao contrário. O vilão cola-se ao meu sapato. Começa a bater as asas. O horror daquele barulho, Deus do Céu. E eu desato a dar pontapés no ar, qual Bruce Lee, mas um bocadinho mais abaixo, assim ao nível das canelas. Lá o filho da mãe se despega e olho em volta para confirmar que ninguém me viu. Foram só as senhoras do lixo. Nada que não possa aguentar.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Livros que vi hoje...

... Quis comprar, mas como eram muitos e não consegui decidir, acabaram por ficar na loja (aquela que começa com F, acaba em C e tem NA no meio):
  1. A Brief History of Time, Stephen Hawking;
  2. Cosmos, Carl Sagan;
  3. The New North: Our World in 2050, Laurence C. Smith;
  4. Physics of the Future, Michio Kaku;
  5. Mansfield Park, Jane Austen;
  6. The New York Trilogy, Paul Auster;
  7. Kafka on the Shore, Haruki Murakami.
Isto tudo mais um porta-chaves metálico que jurava ser um calendário para o resto do século. Ninguém aqui falou de coerência.

domingo, 15 de março de 2015

Goodbye, Terry...

Vou sentir a falta da genialidade, do sentido de humor, da total falta de se levar a sério, de Terry Pratchett.

Terry Pratchett (28 April 1948 – 12 March 2015)
"The thing between Death’s triumphant digits was a fly from the dawn of time. It was the fly in the primordial soup. It had bred on mammoth turds. It wasn’t a fly that bangs on window panes, it was a fly that drills through walls."

sexta-feira, 13 de março de 2015

All Those Butterflies

Devo ser das poucas criaturas à face da Terra que não sente grande amor por borboletas. Principalmente quando voam no meu estômago.

http://www.boomsbeat.com/

domingo, 27 de janeiro de 2013

The Portrait

This is her picture as she was:
         It seems a thing to wonder on,
As though mine image in the glass
         Should tarry when myself am gone.
I gaze until she seems to stir,—
Until mine eyes almost aver
         That now, even now, the sweet lips part
         To breathe the words of the sweet heart:—
And yet the earth is over her.

Alas! even such the thin-drawn ray
         That makes the prison-depths more rude,—
The drip of water night and day
         Giving a tongue to solitude.
Yet only this, of love's whole prize,
Remains; save what in mournful guise
         Takes counsel with my soul alone,—
         Save what is secret and unknown,
Below the earth, above the skies.

In painting her I shrin'd her face
         Mid mystic trees, where light falls in
Hardly at all; a covert place
         Where you might think to find a din
Of doubtful talk, and a live flame
Wandering, and many a shape whose name
         Not itself knoweth, and old dew,
         And your own footsteps meeting you,
And all things going as they came.

A deep dim wood; and there she stands
         As in that wood that day: for so
Was the still movement of her hands
         And such the pure line's gracious flow.
And passing fair the type must seem,
Unknown the presence and the dream.
         'Tis she: though of herself, alas!
         Less than her shadow on the grass
Or than her image in the stream.

Dante Gabriel Rossetti
(The Portrait - excerpt)